Recentemente passei pela primeira cirurgia da minha vida e a experiência foi tão nova pra mim (obviamente, haha) que resolvi falar um pouco aqui como foi. Para quem não sabe, eu tinha queloides nas minhas duas orelhas, elas surgiram em 2019 por conta de simples furos de brincos. Elas costumavam ficar bem escondidas com o meu cabelo e ninguém via, mas eu sabia que elas estavam lá e me incomodavam muito.
Eu levei anos pra ir atrás de médicos pra resolver essa questão porque não era prioridade na minha vida, já que elas não se destacavam, estavam disfarçadas, mas eu sabia que não queria passar a vida inteira desse jeito, com essa pendência, então foi só em 2022 que eu finalmente fui ao posto de saúde do meu bairro e conversei com a médica sobre isso.
Ela me encaminhou para um médico geral, que depois me encaminhou para um especialista que ficava num ambulatório lá na cidade de São Paulo (eu sou de Guarulhos), então virou minha rotina ir para lá quase todo mês para fazer exames. Felizmente era só 1h de trem e metrô, então era tranquilo pra mim ir e voltar.
Finalmente no início de 2023 eu comecei com as aplicações a cada três meses que iam diminuindo as queloides bem lentamente. Claro que era o meu terror esses momentos porque doía bastante levar agulhada nelas, hahaha, mas era por uma boa causa. Também continuei fazendo exames e acompanhamentos pra saber se eu continuava bem.
Em julho, me avisaram que me ligariam em 90 dias para finalmente marcar a data da minha cirurgia, e ela só foi sair para o dia 31 de outubro. Não deixei de reparar na ironia de eu entrar na faca bem no dia do Halloween, haha. Antes disso, passei no ambulatório no dia 25/10 para me encontrar com o enfermeiro que me explicou como eu deveria me preparar para o grande dia.
No dia marcado, eu estava em jejum e fui com minha mãe de metrô porque precisava levar um acompanhante. Eu não fazia a menor ideia do que esperar, como iria ser, afinal nunca tinha feito uma cirurgia antes, então eu não estava assustada e nem nada, só curiosa, imaginando se eu ficaria só sentada numa cadeira (afinal eles só mexeriam nas minhas orelhas), ou se precisaria deitar mesmo na mesa de cirurgia. Muito dúvida de marinheira de primeira viagem, hihi.
Estava marcado para as 11h, mas só foram me chamar mesmo às 13h. Lá na sala, tinham vários médicos e enfermeiros que operavam vários outros pacientes em outras salas ao mesmo tempo. Todos conversavam e brincavam uns com os outros, bem descontraídos. Aqueles que leram a minha ficha, falaram uns para os outros “Você acredita que ela só tem 33 anos? Não parece!”, HAHAHA. Já ouvi muito isso na minha vida de que eu não aparento ter a idade que tenho, mas nunca deixo de ficar feliz e rir junto, o que foi ótimo pra descontrair e esquecer qualquer nervosismo.
Quando entrei na sala de cirurgia, eu já tratei de pedir logo para o médico que eu queria apagar, não ver e nem sentir nada, menti falando que estava um pouco nervosa. A enfermeira me orientou que se eu dissesse isso, ele faria o que eu pedi porque ele não queria que o paciente ficasse nervoso, haha. Na realidade eu não estava nervosa, só não queria sentir dor nenhuma mesmo.
O médico disse que não me faria apagar totalmente por muitas horas, mas que seria o suficiente para eu não sentir nada, então só me restou confiar nele. Daí eu me lembro de virarem a minha cabeça para o lado e colocarem uma capa na minha cabeça com um buraco para a minha orelha direita primeiro. E eu lembro que pensei comigo mesma, de brincadeira: “Calma que eu ainda tô acordada!!!”, HAHAHAH. Mas depois disso... acabou, apaguei.
Pra mim parece que se passaram só 5 minutos, sério, mas me falaram que a cirurgia demorou 40 minutos. Quando dei por mim, uma enfermeira estava me acordando e me pedindo pra passar para a maca ao lado, o que eu fiz com a ajuda dela, e depois ela me levou para fora da sala de cirurgia. Fiquei por lá uns 5 minutos sendo acompanhada, mas totalmente atordoada, tentando entrar nos eixos de novo, os pensamentos anuviados, sem conseguir processar nada.
Depois disso me passaram para uma cadeira de rodas e me levaram de volta à sala de recuperação onde a minha mãe estava. Me deram um lanchinho e eu comi, e aos poucos as coisas foram entrando em foco, voltei a ter controle de mim mesma. Eu estava com curativo nas orelhas e não sentindo dor nenhuma, ainda bem. Daí veio uma enfermeira que explicou para a minha mãe os cuidados que eu deveria ter e o dia que deveria voltar para ter um retorno com a médica.
Recuperado meu equilíbrio, fui ao banheiro e me troquei, depois saímos pra almoçar num restaurando ali perto e voltamos pra casa de uber, minha mãe não quis arriscar voltarmos de metrô. No dia seguinte eu tirei os curativos e vi os pontos, claro que minhas orelhas ainda não estavam muito bonitas, mas é um processo. Passei a cuidar bem, lavando e passando pomada duas vezes ao dia, como foi orientado. Também passaram um remédio caso eu sentisse dor, mas não precisou porque não doeu nada, em nenhum dia, ainda bem.
No dia 13 de novembro eu voltei no ambulatório para o retorno com a médica. Ela deu uma olhada nos pontos, falei que não senti dor nenhuma e ela concluiu que estava tudo bem, mas que eu deveria voltar nos meses seguintes para pelo menos mais duas sessões de aplicações para garantir que as queloides não voltariam a crescer. Depois disso passei com o enfermeiro que tirou os pontos e fui embora.
E foi isso! Fiquei bem feliz por finalmente ter resolvido essa pendência da minha vida, após ter enrolado por tantos anos, e aliviada por tudo ter corrido bem (sem dores que era a minha maior preocupação, haha). Ainda assim, espero não precisar passar por isso tudo ou algo parecido novamente. Ficar frequentando hospitais e levando agulhadas não estão na minha lista de coisas favoritas de se fazer, hahaha.
Espero que agora esteja tudo bem com você.
ResponderExcluirNunca precisei fazer uma cirurgia também, e ainda bem que havia a anestesia.
Lhe entendo perfeitamente não querer sentir dor ou então assistir o processo, eu também não iria querer.
Karolini Barbara
Fiquei aliviada quando soube que eu apagaria totalmente, anestesia geral, ao invés de apenas local, assim não vi nem ouvi nada, muito menos senti o tempo passar, então só sucesso pra mim kkk
ExcluirBeeeijos!
Graças a Deus deu tudo certo
ResponderExcluirE espero que esteja se recuperando bem..
E eu sou igualizinha a você hahahahah se puder me apagar, me apague pq eu realmente odeio a sensação se sentir dor
A única dor que senti foi a da agulhada pra colocar um acesso no meu braço, depois disso mais nada, nem mesmo da cirurgia (durante ou depois), fiquei bem surpresa e aliviada hahahh
ExcluirMe recuperei muitíssimo bem! :D
Beijooos!
Sempre temos a primeira vez pra tudo, mas nem sempre estamos assim, ansiosas por isso, haha! Que bom que deu tudo certo. Eu entendo essa sensação da dor, mas eu não tenho medo da dor, mas da faca haha! Morro de agonia de pensar estar sendo cortada (cesárea é meu pior pesadelo haha)
ResponderExcluirBoa recuperação pra você!
Beijos.
Nossa não gosto nem de pensar na faca e eu sendo cortada, dá uma angústia se pensar no processo, não sirvo mesmo pra ser médica hahah Eu procurei ignorar essa parte e confiar nos médicos ali que sabiam o que estavam fazendo (até pq era só o que me restava kkk)
ExcluirObrigadaaa!
Beijão!